O Mountain Do 2013 – Circuito de Charme é um conjunto de corridas individuais de montanha realizadas em diversas cidades da América Latina, que apresentam variações em sua altimetria e que reúnem, ao mesmo tempo, belezas naturais e uma excelente infraestrutura. A escolhida da vez foi a etapa de 18k de Campos do Jordão, justamente porque essa cidade, além de ter seu charme, é um verdadeiro parque esportivo a céu aberto.
Como treino todos os dias, me senti preparado para esta prova, sem precisar de um treino específico (a meta do ano eram os 119k do UTMB, e ela já está realiza). Fui pela vibe do lugar e por estar correndo com grandes amigos: o Gus, o Vasco e a Cris Faccin.
No dia da prova, 9 de novembro, saí de SP por volta das 9h e cheguei a Campos do Jordão às 11h30, indo direto para o centro de Capivari retirar o meu kit, onde fui impressionado pela estrutura e educação dos staffs da prova. Agora só bastava fazer coisas boas até a hora da prova… De almoço, uma pasta bem leve. Na sequencia, fui à casa do meu amigo Vasco para bons papos e ‘fazer hora’ até a largada.
Fazia naquele sábado, um calor da Bahia na “Suíça brasileira”, algo em torno dos 30°C, acabei errando na vestimenta. Daí que vejo alguns atletas, inclusive um dos meus amigos, preparando-se para correr sem camisa. Pensei “um dia chega o meu dia de Anton Krupicka (famoso ultramaratonista americano que corre no melhor estilo minimalista… e sem camisa)”. Pouco antes da largada, iniciei o ritual pré-prova: me besuntei – rs – de protetor solar, pus a faixa na cabeça, coloquei os óculos e disse pra mim mesmo “corra no seu limite, foque na prova, mas curta a natureza em todo percurso”. Por fim, desejei boa sorte aos meus amigos, procurei um som que se enquadrasse naquele momento (neste caso, The Seed 2.0, do grupo The Roots) e pernas pra que te quero.
Costumo a dizer que a trilha nos coloca em nosso devido lugar, é muito bacana você ver atletas de diversas idades, peso, altura e sexo correndo lado a lado com você. De cara, os corredores “tops” montaram um primeiro pelotão e sumiram da minha vista. No quarto pelotão, não sei ao certo, saía eu e mais uns 8 atletas. E na medida em que a corrida ia se desenrolando esse grupo foi se desfazendo: uns porque saíram forte demais e “quebraram”; outros porque usavam tênis de rua numa prova de trilha, não garantindo segurança em suas passadas e tinham que acabar reduzindo; e outros mantinham o ritmo do inicio da prova e acabavam abrindo dos demais.
Como disse, ia correr no meu limite e o instinto me fez, por toda a prova, atacar as descidas, subi forte as pirambas e, no plano, dava um “pau no cat” ao ponto de sentir o coração saindo pela boca. Ultrapassei alguns corredores e fui ultrapassado por outros. E a cada ultrapassagem, nos cumprimentávamos com olhares, sorrisos (uma das coisas mais bacanas neste tipo de prova).
Corri lado a lado com o Seu Mario, um cara de 54 anos e que faz 10k em 38min (da assessoria do Adriano Bastos), foi uma honra chegar a poucos segundos dele em uma prova bastante técnica, pois encontramos tudo que uma prova de trilha precisa ter.
Fechei a prova em 1h34, o Vasco em 1h31, o Gus em 1h26. A Cris Faccin foi o nosso elemento surpresa, terminando a prova em 5° lugar no geral feminino e em segundo lugar na categoria, levando mais um troféu para casa. Voltei de Campos com uma sensação boa… de ter curtido a prova, ter reencontrado grandes amigos e ter vistos grandes figuras do Trail, como a Tomiko, ultramaratonista; o Tião, fotografo; o locutor “maquininha” que enlouquece e emociona a todos com o seu grito de ‘parabéns’ para cada atleta que cruza a linha de chegada; o Emerson Bisan, o rei das maratonas e um batalhador na luta contra o diabetes. Enfim, tem como não amar realizar um esporte como este.
Mensagem para os meus amigos leitores: Nunca deixe ninguém lhe dizer que você não pode fazer uma coisa.
Circuito de Charme Campos do Jordão & Amigos
Publicado em 13 de novembro de 2013
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