A descida do Capim Amarelo é uma das paisagens mais lindas de se percorrer que já vi, você corre por uma crista onde podemos ver a cidade de Lorena a nossa esquerda e a direita a cadeia de montanhas da região, realmente ficamos de queixo caído tamanha a beleza do lugar.
Com variações de terreno, é possível desenvolver velocidade e técnica. Passei por alguns atletas e já no final da descida tinha chegado no Fernando e mais um atleta. Éramos um trio que se aproximava da arena para cumprirmos a primeira parte, olhei para o relógio novamente e o mesmo marcou 1 hora de descida. Ajudei rapidamente o Fernando com a sua mochila e dividimos um lanche (não vou falar qual rs mas amplamente testado nos treinos).
Ao chegarmos na arena, encho a minha mochila, minhas garrafinhas e partimos para a segunda perna, mais difícil e mais técnica. O Fernando tomou a frente, junto com um outro atleta. Seguimos firmes nos 3 ladeira acima, passamos por uma floresta de eucaliptos e não demorou demos de cara com o barro preto e escorregadio da subida do Tijuco Preto. Os passos eram firmes e ritmados, tentava não perder de vista os dois que iam na minha frente, não demorou muito um atleta passou nos três.
Na metade da subida passei pelo Fernando que sentiu um pouco o ritmo da prova perguntei se estava bem e o mesmo falou que tinha dado uma quebrada mais que estava bem. Na medida que o tempo foi passando, a inclinação aumentava, tinham lugares que só dava para passar com auxilio de cordas, eu usava a minha envergadura para transpor obstáculos, os meus passos que eram ritmados, se tornavam mais lentos.
Em um certo momento comecei a ter um principio de câimbra, não tive dúvida, peguei um punhado de amendoim, castanhas e comecei a devorá-los e rapidamente aquele incomodo havia passado. Na subida eu me arrastava, parecia que estava correndo em câmera lenta, tamanha a inclinação.
O relógio marcava mais de 2000m de altitude quando derrepente, avistei um corte para a esquerda na trilha, avistei os dois atletas que haviam me passado um pouco na minha frente. Perguntei a um deles se a subida havia acabado e a resposta foi: “acho que não”. Gritei esquerda passei pelos dois e não demorou muito para descobrir que a descida havia começado.
Sabia que era a última parte da prova. Tratei de aumentar o meu nível de concentração e comecei a descer. Pelo menos para os meus padrões eu voava ladeira abaixo, passei por alguns atletas e procurava dar qualidade em cada passada, pondo os pés em pedras, barro ou simplesmente em lugares em que não sabia qual era o tipo de piso, pois o mesmo estava encoberto pelo capim.
Faltava pouco mais de um quilometro, eu já conseguia ouvir a Fabi, locutora oficial do evento, animando a turma e narrando a chegada de cada atleta com muito entusiasmo. Olhei pro relógio e falei caramba, exorcizei o tempo do ano passado. Lembrava do meu mantra “Today no headlamp” .
Cruzei a linha de chega em 4h:36m, contra as 5h:59m do ano anterior, feliz e com sensação de missão cumprida. Sabia que tinha tomado as decisões corretas. Fiquei em primeiro lugar na categoria, o que me deixou muito emocionado.
A partir dali, a minha missão era continuar mandando boas vibrações para a Nana, pro Fernando, Pedro Lutti, Edu, Giovanna, Karina, Togumi e outros amigos que estavam fazendo cada um a sua prova.
Todos terminaram bem, melhoraram as suas marcas e saíram felizes da arena.
e por fim … acho importante compartilhar!
Dicas preciosas ao amigos que pretendem correr o KTR:
1) Tênis com um excelente grip (grip meia boca não rola) – vi muitos atletas, literalmente patinando nas subidas desperdiçando energia ao extremo (isto aconteceu comigo em 2014, foi um horror)
2) Material de segurança obrigatório (anorak se chove, no mínimo um corta vento)
3) Não esquecer de hidratar e de se alimentar pois quando a pressão cai nem guindaste levanta
4) Seja gentil em todas as situações, quem ganha é você
Pontos Positivos:
1) Trilha impecável limpa – parabéns para os atletas pelo menos o que iam na minha frente.
2) Marcação da trilha perfeita
3) Equipe de staff de parabéns, gentis e educados
Sugestões para os organizadores da KTR (quem sabe chega neles)
1) DJ – o som podia ser um pouco mais diversificado
2) No local da arena poderia ter uma estrutura de “comes e bebes” mais estruturada
3) Vídeo Wall – passando imagens de provas aqui no Brasil e no Exterior
4) Cadeiras para os familiares e porque não aquela linda fogueira que fizeram no ano passado
Ahhha imagem de destaque deste post remete ao lindo e querido casal da Fazenda Quilombo – Tia Dalva e Tio Youturbes – são “pé quente”!!! Fica aqui a minha homenagem!!
É isso pessoal…bons treinos e pau no cat!!!
abs
Cição
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