A minha primeira prova do ano foi um desafio em meio à natureza dentro uma região histórica. A 2ª edição da Volta dos Romeiros foi uma corrida de montanha em trilhas técnicas em uma região mais conhecida pelos atletas por sua bela Estrada dos Romeiros, local perfeito para pedalar. Esta edição contou com, além das provas de 5 km, 10 km e 21km, uma versão para os pequenos chamada Ultra-Trail Kids, com um percurso de 3 km. Pura fofura.
É a segunda vez que faço essa prova e rapidamente tornou-se uma das provas mais queridas para mim. Ao contrário do que foi no ano passado, onde o tempo estava nublado e chuvoso, este ano o sol castigou demais os atletas. A largada atrasou mais de meia hora por conta dos atletas que não tiveram a oportunidade de retirar seu kit antes da prova (fica aqui a dica para a organização da prova: montar uma programação mais ágil e estendida durante a semana para antecipar a retirada dos kits, ajudaria muitos atletas e a própria prova).
Essa prova tem algumas particularidades nas quais admiro, a começar pela benção do padre da cidade. Grande parte dos corredores sente-se melhores depois das palavras de carinho de um sacerdote. E reproduzo, da minha forma, as palavras que me chamaram atenção naquele dia: “os verdadeiros campeões são aqueles que passam por dificuldades e não desistem”. Isso valeu para todos, independente de religião, pois as subidas eram “cascudas” e as descidas bem “técnicas”. Outro item que me chamou atenção foi o fato de ter a oportunidade de correr ao lado de grandes feras e rostos conhecidos do Trail nacional, como José Virginio, o rei da montanha e da simpatia; Rafael Campos, atleta da Kaylash; entre outros, além do alto nível das mulheres.
“Os verdadeiros campeões são aqueles que passam por dificuldades e não desistem”.
O pórtico de largada e chegada fica em frente à igreja matriz. Tão logo foi dada a largada, a prova se desenvolveu numa velocidade alucinante. Os primeiros kms foram passando e logo o bloco de elite se destacou, em cerca de 10 atletas. As primeiras subidas chegaram, havia muitos atletas juntos pois até o km 7 os atletas de todas as distâncias corriam pelo mesmo caminho.
Tive dois pequenos contratempos que me atrapalharam um pouco, primeiro deles foi o meu GPS (por uma desatenção deixei a conexão com o satélite desligado e fui perceber depois do primeiro km). O segundo contratempo foi o fato de ter usado um tênis muito velho do qual, ao final da prova, me deu uma bolha de presente. Voltando para a prova, procurei correr num ritmo forte e que me desse o prazer de estar correndo num bom nível. Logo no começo, minhas panturrilhas gritavam como querendo dizer: “Oiii, para que fazer isso?”, mas o fato de estar correndo com amigos atletas de alto nível, acabou me motivando a manter o foco e a “pujança” nas pernas. Enfim, colocar em prática aquilo que venho aprendendo nos treinos.
Passando metade da prova, escutei de um staff: “Parabéns você está bem é o 15º no geral”. Confesso que não sei dizer se esse tipo de informação ajuda ou atrapalha. Sofri mais do que o normal nas subidas, mas procurei compensar as descidas, ao ponto de levar um tombo e sair rindo de mim mesmo. Passei por dois amigos nas intermináveis descidas e quando chegou no terreno plano, fui ultrapassado por mais um amigo. O Lourival Ruas, atleta que corre leve e rápido.
Chegando na cidade, percorri alguns kms de asfalto onde via o Lourival de longe, procurei manter um ritmo que me levasse até o pórtico de chegada. Fui recebido pelos meus amigos que fizeram os 10 km, Weder e Stefanie, e pelo Thiago Mini Cooper, que ficou em 9º no geral (um grupo só de atletas de elite), além da minha esposa, que ficou em 2º lugar na categoria dela nos 10km.
\ Corrida em montanha
Local: Pirapora do Bom Jesus.
Terreno: Paralelepípedo, estrada de terra, trilhas e pedras.
Distância: 21 km.
Tempo Liquido: 2:14:27.
Classificação: 14º geral e 2º na categoria (Sempre brinco com os meus amigos, tirando os profissionais a gente fica bonito na foto – rs. O rei da montanha José Virginio foi o 7º) colocado.
Clima: Calor “africano”.
\ Equipamentos utilizados
Tenis: Salomon Speed Cross “velhinho”
Meias: Compreesport
Bermuda: Flavio Freire by Omint/Reds
Camiseta: Northface
Mochila: Salomon S-Lab
Headwear: BUFF
Óculos: Oakleyfrogskin
\ Dica: o que carrego na mochila
1. Exceed sabor limão. Congelei na noite anterior e bebi geladinho durante a prova
2. Garrafinha com agua
3. Capsula de sal, bcaa
4. Paçoquinha Amor (uma delícia de superstição)
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