O cenário…
O Ultra Trail du Mont Blanc é realizado em Chamonix cidade que recebeu a primeira olimpíada de inverno em 1924. Sim galera, o UTMB é uma das mais competitivas provas de ultra Trail do mundo. Grandes feras estão por aqui: Anton, Olson, Nuria, Sherpa Fernanda Maciel, Rorio Bosio, etc, o que faz desta prova uma das mais desejadas de serem disputadas no mundo. Esta edição reuniu mais de 8.000 corredores de mais de 90 países, distribuídos nas 5 provas (PTL, TDS, CCC, OCC, UTMB). Na semana da prova além de encontrarmos um verdadeiro desfile de coletes de Finishers sendo estampadas por corredores do mundo inteiro, podemos esbarrar em qualquer esquina com alguma fera do mundo do trail dessas que vemos nas redes sociais.
Já considero que tenho um pouco de experiência no clima que envolve o ultra Trail du mont blanc afinal de contas, está é a minha 3 participação, em 2010 estreei no CCC, em 2013 no TDS e agora OCC. Detalhe curioso é que França e Itália sempre tiveram provas que largam de seus países, faltava então uma que partisse da Suíça e neste ano o sonho da organização tornou-se realidade, pois tivemos a estréia do OCC – prova de 53km que partiria de Orsières na Suíça e terminando em Chamonix com 3.300 de desnível.
Desta vez era diferente…
Neste ano a minha sensação em Chamonix era diferente pois estava acompanhado da minha esposa “Nana” corredora da Upfit treinada pelo Togumi, da Cris Faccin parceira de muitos kms, treinada pelo mesmo técnico que o meu, diretor da Trail Runners Brasil e atleta patrocinado pela North Face – Marcelo Sinoca. Ambas estreavam em provas na Europa, e de certa forma me sentia responsável por elas, afim de que não cometessem os mesmos erros que eu havia cometido em anos anteriores. Para nós corredores amadores essa prova significa muito e sonhamos para que tudo de absolutamente certo. Conosco também estava o meu grande amigo Sandrão que estava com a responsabilidade de ser o STAFF das meninas durante a prova.
Chegamos uma semana antes da prova para dar tempo de fazermos uma aclimatação razoável. É óbvio que logo no primeiro dia, acabamos fazendo o que a maioria dos ultras vindo de vários países fazem, ou seja, saem para dar um trote e depois correm pra lojas para comprar o que tem de mais novo no mundo Trail.
Aqui em Chamonix conseguimos encontrar lojas das principais marcas do mundo do Trail: mammut, north face, salomon, leki, buff, quechua, patagonia, lafuma. Tudo aqui respira esporte outdoor. A cidade é rodeada por trilhas e montanhas é um verdadeiro parque de diversões.
Se você pretende vir um dia aqui em Chamonix, corra dos restaurantes gigantes, pois eles não são boas pedidas, prefira os pequenos. Voe de parapente, faça rafting pelas corredeiras do rio que corta a cidade, alugue uma bike ou simplesmente calce um tênis e saia correndo pelas inúmeras trilhas existente ao redor da cidade todas muito bem sinalizadas.
Na primeira oportunidade que tenho e como de costume, entro na igreja que fica logo atrás do pórtico de chegada e rezo um pai nosso e uma ave maria, pedindo proteção para todos os corredores em especial para os brasileiros e em especial para nós 3. Ali prometo que se terminar a prova a primeira coisa que farei será entrar na igreja e repetir as orações em sinal de agradecimento.
Largada do PTL emociona a todos pois aqueles caras vão rodar nada mais nada menos que 300km com 28.000 de desnível acumulado. Vejo lagrimas nos olhos de muitos atletas, inclusive nos nossos que ali acompanhavam a largada.
Retirada do kit – Quarta-feira checamos todos os itens obrigatórios e fomos em direção do centro esportivo da cidade. Ao chegar no local, encontramos a lista dos ultras inscritos respectivamente abaixo do nome de cada prova correspondente.
A primeira impressão que me dá e como se fosse a lista de aprovados no vestibular, ou seja, todos olham a lista com uma certa apreensão e quando finalmente encontram seu nome, abrem um sorriso imenso e tiram uma foto como o indicador em cima do nome.
A fila vai andando e de cara, percebemos o carinho e a organização dos voluntários, são mais de 2000 trabalhando na semana da prova. Encontramos uma moça que nos pergunta, qual prova vamos fazer e nos indica a fila em que devemos ficar. Entramos nos 4 no corredor conversando e um francês simpático nos pergunta num bom português se somos brasileiros e foi logo dizendo que adora o nosso Pais. A fila anda e chegou a hora da verificação se está tudo ok com a nossa inscrição, recebemos uma bandeja e uma folha com a lista e foto de todos os itens obrigatórios a serem apresentados.
Enquanto o Sandro vai registrando com fotos e vídeos a nossa passagem, vou cuidando das meninas para que não tenham nenhum tipo de problema na checagem. A Nana passou ilesa pela verificação dos itens obrigatórios, já as lanternas novas da PETZL da Cris e a minha – da marca patrocinadora foram questionadas pelos fiscais. O fiscal no meu caso, disse que eu tinha que mostrar uma bateria reserva, conversei um pouco com ele e fui liberado, já o fiscal que validou o da Cris pediu para que ela entrasse na fila e falasse com o diretor daquela ala. Percebi que naquela fila, haviam muitos atletas não se atentaram para os outros tens obrigatórios. Pegamos a lanterna de pilha da Adriana e assim a Cris acabou sendo liberada.
Próxima parada, era pegar a camiseta, que neste ano era amarela, além do ticket no ônibus, junto com o número de peito e a linda pulseira na cor laranja. A felicidade era imensa e só pensávamos em comer bem, arrumar tudo o que levaríamos pra prova.
continua….
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